sexta-feira, 30 de abril de 2010

aluados no fórum da juventude





Em abril, participamos do Fórum da Juventude, realizado em Leopoldina, no CEFET.

Estiveram presentes participando do evento, pessoas como Margarida Salomão, Reginaldo Lopes, entre outros...

Através de debates, palestras, oficinas; foram discutidas vários temas com foco na participação do jovem nos diversas cargos de "poder" da sociedade...

O Sebo esteve presente com livros; e o luciano compartilhou idéias coordenando a oficina sobre "os desafios da educação atual".

O país está contando ansiosamente e animadamente com ações de jovens conscientes e cidadãos para se tornar cada vez mais justo!

aluados e o MST

O que é o MST? Mais do que a sigla, o MST é uma organização que reflete muito bem o significado das palavras desta sigla... Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

É maravilhoso pensar no significado destas palavras... - ato de mover, não estar parado; conjunto de atividades de um grupo de pessoas para uma finalidade comum... pessoas trabalhadoras, pessoas que estão fazendo alguma coisa, usando determinada capacidade ou um tipo de energia; usando suas forças em favor de pessoa ou coisa; dedicando... em favor da coletividade, da distribuição de renda e igualdade social; usando o campo, se desenvolvendo e desenvolvendo roça, a terra... que lhes falta...


Se as palavras são um exemplo de pensamento de cidadania, política, uno; no dia a dia dopalavras são muito mais vivas e carregadas de vida, de verdade, de amor! É amor na lida com a terra, amor uns com os outros, amor com a nação e esperança viva, brilhando nos olhos destes trabalhadores, que lutam e buscam uma sociedade mais justa, mais humana, mais saudável para todos...


Encontramos isso nos dois acentamentos em que visitamos: o acentamento Francisco Julião, na fazenda da Fumaça, em Santana de Cataguases, que apesar de carecer de alguns recursos, como energia elétrica, é exemplo visível - muito próximo de nós - desta busca; e a ocupação da fazenda Fortaleza de Santana, no município de Goianá, que apesar de estar recente, já mostra o calor humano e a disposição em dialogar sobre todas as questões importantes do nosso país.


Nossa cultura, infelizmente, não é de grandes revoluções sociais planejadas. É de pequenas e escusas reuniões dos donos do poder financeiro e de suas canetadas, sempre aceitas passivamente entre nossa gente. Por isso, é animador saber que algumas pessoas têm lutado como podem para promover a justiça social na nossa região, a exemplo do que já tem acontecido em outras.



O MST não conseguirá
revolucionar culturalmente o país; mas a nossa cultura - inclusive e principalmente a da nossa região - não deve continuar por muito tempo alienada deste movimento, que pode até ter aspectos em que se rever, mas que já tem muito pra nos ensinar.






como tudo começou...


A idéia de abrir um sebo em Cataguases estava sendo amadurecida com vista a um futuro distante; quando tivesse tempo e dinheiro pra montar um sebo à altura do carinho que temos pela cidade.

Mas, no início de 2008, ao voltar do Espírito Santo, onde eu cursava mestrado em Literatura, fiquei vários meses desempregado em decorrência de uma efetivação inconstitucional do governo do estado de Minas – foi o prêmio que recebi por querer estudar e melhorar como educador. Mesmo desempregado, recusei as oportunidades de voltar e lecionar no Espírito Santo – lá os professores ganham mais que aqui – e fiquei.

Minhas dívidas culminaram numa visita de uma oficial de justiça à minha casa: avaliando meus bens, eu e ela constatamos que a única coisa de valor que eu tinha eram os livros. Poucos dias depois eu e meu amigo Jarvinha já tínhamos adaptado a barraca de salgados dele e inaugurávamos um protótipo de sebo – funcionou em frente a Igreja Metodista, na avenida Astolfo Dutra. O saldo foi formidável: gente de todas as classes sociais apareceu de todos os cantos da cidade pra comprar e negociar livros; de lá pra cá, mesmo tendo voltando a trabalhar como educador, nunca mais abandonei a atividade de livreiro.

Ainda não consegui pagar as dívidas que contraí por estudar mas, com a barraquinha da avenida, descobri que Cataguases tem muita gente que gosta de ler, e tem muita gente generosa. Meu acervo inicial – os meus trezentos e poucos livros – se multiplicou nos seis meses da barraquinha. E o melhor: uma rede de leitores e apreciadores de vinil se estabeleceu e eles se tornaram todos meus amigos.

Quando já tinha encerrado a atividade na barraquinha e negociava os livros só aos sábados, recebi uma bela proposta de sociedade de uma jovem maravilhosa, a Luana Maria. A primeira idéia foi a de montar o sebo no saguão de entrada do Cine Edgard. A proposta seria criar um espaço de encontro para os apreciadores de arte e cultura e uma loja eficiente para quem deseja adquirir livros e vinis; e, ao mesmo tempo, criar uma empatia necessária da população da cidade com aquele prédio, que está em via de ser desvirtuado da sua essência de casa de cultura... não indo adiante essa idéia, e após várias tentativas de locação de imóveis, conseguimos – sem as burocracias das imobiliárias – locar uma loja no Edifício Rotary, onde atualmente funciona o Sebo, batizado como Aluados.

No Sebo Aluados encontram-se livros de todos os gêneros e autores, a preços acessíveis. Se não tivermos o livro desejado, encomendamos por preços também surpreendentes e entregamos com considerável rapidez.
Trocamos livros e aceitamos doações.
Também temos vinis, para os mais variados gostos... Vale a visita!

Estamos felizes com o sebo; mais pelas conquistas simbólicas diárias que ele represesnta pra nós e pra quem frequenta do que pelo retorno financeiro, que ainda está longe dos números considerados satisfatórios para um comércio.
Temos feito o que podemos para ajudar a cidade a sair da abismo da cultura de massa em que se encontra; este desafio, mais os prazeres proporcionados pelo maravilhoso universo dos livros, nutre o amor com que trabalhamos e instiga vontades de fazer mais...

Amor e arte,
Aluados

luciano e luana